Sirva, ao invés de ser servido!

“Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:28) Quando pela primeira vez foi meu dever ocupar este púlpito e pregar neste salão, minha congregação assumiu a aparência de uma massa irregular de pessoas vindas de todas as ruas desta cidade para ouvir a Palavra. Eu era, na ocasião, simplesmente um evangelista pregando a muitos que não tinham ouvido o Evangelho antes. Pela graça de Deus, uma mudança mui abençoada ocorreu e agora em vez de ter um grupo irregular reunido, minha congregação é tão constante quanto a de qualquer ministro em toda a cidade de Londres! Posso, a partir deste púlpito, observar os rostos dos meus amigos que ocuparam os mesmos lugares, tanto quanto possível, nestes muitos meses. E eu tenho o privilégio e o prazer de saber que uma proporção muito grande, certamente, três quartos das pessoas que se reúnem aqui não são pessoas que se veem aqui devido à curiosidade, mas são meus ouvintes regulares e constantes. E observo que as minhas características também mudaram! Antes eu era um evangelista, mas o meu ofício agora é ser o vosso pastor. Vocês uma vez foram um grupo heterogêneo reunido para me ouvir, mas agora somos unidos pelos laços do amor. Pela associação, temos crescido em amor e respeito uns para com os outros e agora vocês se tornaram as ovelhas do meu pasto e os membros do meu rebanho. E eu tenho agora o privilégio de assumir a posição de um pastor neste lugar, bem como na capela onde eu trabalho à noite. Eu penso que é razoável para o julgamento de todas as pessoas que, assim como a congregação e o ministro passaram por mudanças, o próprio ensino deve, em alguma medida, ter sofrido alguma diferença. Tem sido o meu desejo falar-lhes das verdades simples do Evangelho. Muito raramente, neste lugar, eu tenho tentado adentrar às coisas profundas de Deus. Um texto que eu pensei ser adequado para minha congregação para a noite, eu não faria disso assunto de discussão neste lugar na parte da manhã. Há muitas doutrinas altas e misteriosas, com que muitas vezes tenho tido a oportunidade de lidar em particular, as quais eu não tomei a liberdade de falar com vocês como uma reunião de pessoas que casualmente se reuniam para ouvir a Palavra. Mas agora, uma vez que as circunstâncias foram mudaram, o ensino também será mudado. Não vou agora simplesmente limitar-me à doutrina da fé ou ao ensino do Batismo de crentes. Eu não me deterei sobre questões superficiais, mas devo ousar, à medida que Deus me guiar, a introduzir aquilo que está na base da religião, que nós afirmamos com tanto amor. Não me envergonharei de pregar diante de vocês a doutrina da soberania Divina. Eu não titubearei em pregar a doutrina da eleição da maneira mais irrestrita e aberta. Não terei medo de anunciar a grande verdade da perseverança final dos santos. Eu não reterei aquela verdade inquestionável das Escrituras, a saber, o chamado eficaz dos eleitos de Deus. Tentarei, conforme Deus me ajudar, não omitir nada de vocês que se tornaram o meu rebanho. Visto que muitos de vocês agora “provaram que o Senhor é bom”, vamos nos esforçar para expor todo o sistema das Doutrinas da Graça, para que os santos sejam edificados e cresçam em sua santíssima fé! Começo esta manhã com a doutrina da redenção. “Veio... para dar a sua vida em resgate de muitos”. A doutrina da redenção é uma das doutrinas mais importantes do sistema da fé. Um erro nesse ponto conduzirá inevitavelmente a um erro por todo o sistema de nossa crença! Agora, você está ciente de que existem diferentes teorias da redenção. Todos os Cristãos sustentam que Cristo morreu para redimir, mas nem todos os Cristãos ensinam a mesma redenção! Somos diferentes quanto à natureza da expiação e quanto à concepção da redenção. Por exemplo, o Arminiano afirma que Cristo, quando morreu, não morreu com a intenção de salvar qualquer pessoa em particular. Os Arminianos ensinam também que a morte de Cristo não significa, por si só, a garantia inquestionável da salvação de qualquer homem vivo. Eles acreditam que Cristo morreu para tornar possível a salvação de todos os homens, ou que, por fazer alguma coisa, qualquer homem que quiser pode alcançar a vida eterna!

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