Lucas


“Epafras, meu companheiro de prisão por causa de Cristo Jesus, envia saudações, assim como também Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.” (Filemom 23-24)

Lucas deve ter acompanhado o apóstolo Paulo de maneira toda especial. Como médico, era uma pessoa inteligente com a qual o apóstolo conseguia se relacionar bem. Li em um comentário bíblico que estudiosos constataram que nos dois livros do Novo Testamento escritos por Lucas pode-se reconhecer sua familiarização com a nomenclatura técnica da medicina, no idioma grego. Todavia, ele também foi um colaborador humilde, dedicado e fiel, que permaneceu ao lado do apóstolo, mesmo nas horas mais difíceis. Lucas compartilhou dos perigos e dos sofrimentos de Paulo, talvez como ninguém mais fez. Ele o acompanhou na prisão em Cesareia, na perigosa viagem marítima para a Itália e nas duas detenções em Roma. Não é à toa que Paulo, quando foi abandonado por outros, se refere a Lucas: “Pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia e Tito para a Dalmácia. Só Lucas está comigo” (2Timóteo 4.10-11).


Ele foi um verdadeiro médico que acompanhou Paulo praticamente até a morte deste, enquanto muitos outros o abandonaram. O apóstolo então se referiu a Lucas: “Lucas, o médico amado” (Colossenses 4.14). Ele provavelmente era alguém muito confiável, profundo, e alguém que levava as coisas a sério com todos, também quanto ao discipulado e à fidelidade.

Lucas escreveu o evangelho que recebeu o seu nome e o livro de Atos dos Apóstolos. Assim, ele escreveu mais no Novo Testamento do que qualquer outro autor. Ele é também o historiador pioneiro do cristianismo. Isso se torna ainda mais interessante sabendo que, entre todos os autores do Novo Testamento, Lucas é o único que não é judeu. De acordo com afirmações dos pais da igreja, ele era originário de Antioquia, na Síria. Ele teria falecido ainda solteiro, aos 84 anos de idade.

Nas suas palavras introdutórias ao evangelho de Lucas e ao livro de Atos, percebemos um pouco de seu pensamento: “Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas” (Lucas 1.1-4). “Em meu livro anterior, Teófilo, escrevi a respeito de tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar, até o dia em que foi elevado aos céus, depois de ter dado instruções por meio do Espírito Santo aos apóstolos que havia escolhido” (Atos 1.1-2). Lucas era claramente a pessoa certa para examinar e explicar todas as circunstâncias.

Vemos aqui como Deus também utiliza as habilidades naturais para a sua obra. Nesse aspecto, Lucas é um exemplo de fidelidade, que ele manteve até o fim.

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